domingo, 24 de março de 2013

COMUNIDADE DO BAIRRO ALTO DO AMORIM E COMUNIDADE ESCOLAR ALARICO RIBEIRO



Minha escola parceira é a Escola Municipal de ensino Fundamental Alarico Ribeiro, o nome da escola foi uma homenagem à Alarico de Sampaio Ribeiro, poeta, jornalista e promotor público.
Situa-se na periferia da Cachoeira do Sul, numa região que ainda não foi definida se realmente é um bairro, é conhecido como Prado ou Alto do Amorim, é a união de vários bairros como: Parque Primavera, Parque Xangrilá, Mauá , Augusta e Vila Nova, e é cortada pela Avenida Orlando da Cunha Carlos que dá acesso ao bairro Volta da Charqueada, ao Alto dos Cassimiros que fica na zona rural da cidade e também ao Porto de cachoeira, onde também temos acesso a Granol, na qual concentra-se a mais nova indústria da Cidade.
Esta escola foi fundada em outubro de mil novecentos e quarenta e nove e teve como sua primeira diretora Eloá Xavier Menezes.



                                         EMEF Alarico Ribeiro


     sala de informática

 
                                                                        
                                                                     Quadra de esporte
        

 

                                                             sala de recursos







                                            Fundos da escola, visto do centro esportivo.












 



Essa árvore fica no meio da rua sem saída situada no portão da frente da escola, passando a árvore existem mais casas.










Pavilhão da Capela São Jorge onde a comunidade se reúne para as festas do padroeiro, almoços e festas comunitárias.






Capela São Jorge, fica em frente ao portão da escola, a comunidade trabalhou muito na reforma do prédio e quando passa os Romeiros na Romaria da Mãe do Redentor, eles se reúnem ali e distribuem copos de água para todos, todos os sábados tem missa.



 
 

Casa vizinha da escola,do lado direito, os moradores falaram que não se incomodam em serem vizinhos da escola, que seus filhos estudam ali e não só por ser próximos a escola mas por ter um ensino de qualidade e que lá realmente o aluno sente-se bem.

Esta é Avenida Orlando da Cunha Carlos, principal rua do Bairro e fica ao lado da escola e esse campo fica do outro lado é a visão que temos de dentro da escola, alguns anos atrás ali a comunidade japonesa cultivava hortaliças, era bonito de ver a plantação.

Do lado direito da escola encontramos o Centro Desportivo Municipal da Cidade e muitos moradores se utilizam do espaço, segundo eles mesmos pra jogar futebol, andar de bicicleta ou então tomar um chimarrão.













 

Final de semana no Centro esportivo do bairro, com campeonato de futebol.




 













Também na Avenida Orlando da Cunha Carlos, está um de nossos pontos turísticos e também de encontro da comunidade Cachoeirense o Jockey Club, onde nos domingos ocorrem as corridas de cavalo, inclusive já tendo meninos da própria comunidade como jóquei.


Também temos o seminário, de onde vem meninos da nossa Diocese para o internato, e a comunidade é bem participativa e colabora inclusive financeiramente com o seminário, lá os meninos junto com o Padre cultivam uma horta, criam porcos e tem uma vaca onde todas as manhãs é tirado o leite.


Existe no Bairro também o Lar do Sossego, onde pessoas idosas e também alguns com problemas mentais ficam hospedados.


                                        Também um lugar bonito é o Haras São Nicolau.

Me chamou a atenção a parada de ônibus, pois quando o ônibus passa em direção ao bairro, o sinal da escola bate, pois ele faz a volta e vai de novo em direção ao centro da cidade e tanto alunos, como professores que pegam ônibus tem que já estar na parada, porque ele só passará de volta uma hora depois, então a saída da escola depende da hora da passagem do ônibus.


Essa é a vista de quando estamos saindo do bairro em direção ao centro da cidade, por isso é chamado Alto do Amorim, porque mais abaixo tem um arroio que se chama Amorim .


Essas são as muretas da ponte do Arroio Amorim que foi reformado recentemente, quando um carro caiu lá embaixo.
Este arroio separa o bairro do centro da cidade.

A comunidade do Alto do Amorim, é uma comunidade muito religiosa, os pioneiros do bairro são  da família Thomas. Conversei com o senhor André que é vice presidente da Capela São Jorge, com D. Azize Thomas e também com o Padre Hélvio.


                                               imagens:Maria José

Entrevista com o Sr. André, vice-presidente da capela São Jorge.
Quem foram os pioneiros na construção da capela?
R: O pioneiro da capela São Jorge foi o sr. Amélio Riccardi que cedeu o terreno para a
primeira capela.
Sempre foi no lugar onde hoje ela está construída?
R: Não, antes ela ficava mais afastada, não era na rua central e sim numa travessa onde
depois a prefeitura construiu um albergue que hoje já não funciona mais e a escola Alarico
Ribeiro ficava ao lado.
Porque mudou o lugar?
R: Porque ganhamos um terreno ao lado do “jóquei”, na avenida e construímos a capela
de tijolos, ela veio logo depois da prefeitura ter doado o terreno da frente para a escola,
mas ainda faltava a torre que foi construída com a ajuda da comunidade a mais ou menos
uns quatro anos.
A comunidade do bairro e a comunidade escolar participam das atividades da
capela?

R: Sim, a comunidade sempre ajudou na manutenção da capela, fazendo almoços, rifas, e
doações, a escola faz um projeto no turno inverso e utiliza o pavilhão da capela para essas
atividades e também quando tem alguma data especial a escola vem participar juntos, se
precisamos de cadeiras pegamos emprestado com a escola.
O Sr. tem alguma curiosidade para nos contar sobre a comunidade?
R: Não é bem uma curiosidade, mas uma coisa que sempre acontece e que já é tradição é
que a família Thomás, que era responsável pelos almoços e trabalhou muito na
construção da capela, continua até hoje doando uma vaca para o churrasco isso vem de
geração em geração, e outra coisa bonita que acontece é na Romaria da Mãe do Redentor
quando os romeiros estão cansados e com sede, o pessoal da nossa capela serve água
fresquinha pra quem quiser. Criei meus filhos neste bairro, nesta comunidade e gosto
muito de morar aqui, nos mudamos a pouco aqui para a avenida, porque vendi minha casa
para a prefeitura, onde foi instalada uma creche, que era o que faltava por aqui e em
nenhum momento pensei em ir morar em outro bairro.






Dona Azize Thomas, moradora pioneira do bairro, viúva do seu Neni Thomas, tem um
casal de filhos, o mais velho Luís Abelardo Thomas, professor,casado com Ildi, professora
de Educação física, e tem dois filhos também, e a mais nova é Sandra Thomas, casada,
dois filhos e tem uma padaria no bairro. Todos continuam morando ao lado da casa da
mãe. Pessoa simpática, comunicativa e gosta de conversar e ajudar os outros. Teve um
problema na perna e por isso quase não caminha, quando cheguei na casa dela, pensei
que não tinha ninguém, então fui na casa ao lado que é de sua irmã e uma senhora acho
que a empregada abriu a porta da casa dela e mandou que eu entrasse, lá estava Dona
Azize, comendo um caqui sentadinha, olhando televisão, já mandou que eu sentasse e
sem me questionar, foi logo me contando tudo e um pouco mais, saí de lá como se já a
conhece muito tempo. Foi muito bom.


Quanto tempo a senhora mora aqui no bairro Alto do Amorim?
R:Eu moro a 56 anos, vim pra cá com meu marido e meu primeiro filho tinha um ano de
idade, chegamos aqui em 1956, só depois de dois anos nasceu minha filha.
Como era o bairro naquela época?
R: Quando a gente chegou aqui era só mato, eram poucas as casas e uma longe da outra,
a capela São Jorge ficava atrás da cancha, num terreno cedido pelo senhor Amélio
Riccardi, onde hoje tem um prédio da prefeitura que ficava um albergue. A capela era de
madeira e tinha cada fresta nas tábuas que se enxergava o povo lá da rua e a escola
ficava ao lado numa casa cedida pelo seu Gomes, não lembro o primeiro nome dele, a
professora da escola era a Maria Helena Vargas, ela e a diretora almoçavam na minha
casa porque naquela época não tinha merenda. Trabalhamos bastante para a capela, tinha
vez que se matava duas vacas para fazer o churrasco e era bonito de ver, vinham
carroças, aranhas e cavaleiros para o almoço, muitos vinham almoçar e depois iam ver as
corridas de cavalo. Meus filhos estudavam lá, e iam para a escola com a professora,
depois a prefeitura doou um terreno para a escola e o senhor Mércio de Oliveira doou o
terreno da frente para a capela, como na época éramos os presidentes da capela o Padre
Antônio Bonini, entregou em nossas mãos a construção da nova capela, depois fomos
lutar pelo pavilhão que fica ao lado, terminamos a mais ou menos uns quatro anos a torre
da capela agora falta o sino que o Padre Hélvio disse que vai nos dar de presente, a
capela e a escola, são muito parceiras quando uma precisa a outra ajuda, agora mesmo
acontece um projeto com as crianças no horário inverso e é usado o pavilhão da capela
porque não tem espaço na escola. Lá também tem o clube de mães, onde as mães da
comunidade aprendem e fazem trabalhos manuais, muitas vezes vim e trazia meus netos
juntos, colocava um pelego no chão eles ficavam brincando eu fazia meus trabalhos, era
muito bom e até hoje eu vou, sempre que tem também uma atividade eu estou la.
Como era a comunidade naquela época, era mais participativa do que hoje?
R: Olha a comunidade aqui era bem pequena, hoje cresceu muito, mas eu acredito que
hoje ela participa bem mais, tanto na igreja, na escola, como reivindicando melhorias no
bairro. Mas mesmo assim faltam ainda muita coisa, nossas ruas não tem calçamento, a
única que é calçada foi porque veio uma verba do governo federal e como é uma avenida
era pra ser calçada dos dois lados, mas calçaram só um, desviaram o dinheiro, nem
lembro quem era o prefeito na época, sei que era pra ser Avenida das Nações Unidas e
mudaram para Orlando da Cunha Carlos, hoje querem nos cobrar pra calçar este lado, e
quando chove vira um lodo que os carros chegam a atolar, o jockey club no passado era
muito movimentado nos finais de semana, principalmente no domingo, hoje ainda tem,
mas não chega perto do que foi, até os meninos daqui antes sonhavam em ser jóqueis e
muitos conseguiam hoje eles já não ligam mais.
O André e o Padre Hélvio me relataram que a padaria que é de sua família doa pães
para o seminário todos os dias e que em todas as festas de São Jorge, padroeiro do
bairro sua família doa uma vaca para o almoço é isso mesmo?

R: Sim, porque eu sempre gostei de ajudar e gosto muito do Padre Hélvio e dos meninos
do seminário, hoje a padaria é da minha filha, mas ela continua doando e quanto a vaca
para o churrasco foi uma iniciativa do meu marido e ele sempre ficou feliz em doar então
continuamos como uma tradição de família e meus filhos continuarão.
 A senhora tem uma boa relação com o presidente do bairro?
R: Sim, toda vez que preciso ligo pra ele, as vezes tem algum bicho solto aqui pela rua,
cavalo, vaca, ligo pra ele e peço pra ele recolher o Luís é muito ocupado, porque ele
também é presidente da Associação de bairros da cidade a UCAB.
A senhora acha em tão que o bairro melhorou com o tempo?
R: Muito, a começar pela vizinhança, que antes não tinha quase ninguém e agora está
muito povoado, tem posto médico, mesmo que seja só meio turno, mas é melhor do que
nada, ônibus antes não vinha até aqui agora mesmo sendo de hora em hora, ele passa,
temos orgulho também de termos até hoje funcionado a Olaria Kipper, que é a mais antiga
e conhecida na cidade.


  Padre Hélvio Cândido, no final da missa, ele é o reitor do seminário Monsenhor Armando Teixeira, mas mesmo que não morasse lá, ele tem história no lugar, os pais dele moram numa chácara que fica mais na área rural do bairro, onde vendem leite, queijo e vinho, ele me falou com muito carinho da comunidade, contou que sua mãe é que faz o almoço para os meninos, quando eles estão sem funcionários, que a padaria Thomas doa o pão todo dia de manhã e que agora estão se organizando para fazer um almoço no pavilhão da capela para ajudar o seminário, falou que no bairro tem muitas lideranças e a tendência é crescer cada vez mais.
 A Escola Municipal Alarico Ribeiro está inserida numa comunidade forte, de grandes lideranças e com muita história.


                                          Mapa conceitual da Escola Alarico Ribeiro